A ler...
Embora as campanhas de quase todos os restantes candidatos sejam realizadas em nome do bom povo, é o professor doutor Sampaio da Nóvoa quem, se calhar sem querer, melhor personifica parte dele.
Ele é o vazio das "ideias".
Ele é a jactância dos simples.
Ele é a superioridade moral erguida sobre ar morno.
Ele é a infantilidade do discurso.
Ele é o fervor dos beatos.
Ele é a crença primitiva na magia do lirismo.
Ele é o sentimentalismo vulgar.
Ele é a redução da liberdade a uma palavra que se mastiga.
Ele é o suave apelo da loucura.
Ele é a parlapatice do feirante.
Ele é a irresponsabilidade dos inimputáveis.
Ele é a prosápia transformada em prestígio pelos pares.
Ele é o radical desprezo pela noção de ridículo.
Ele, o professor doutor Sampaio da Nóvoa, é não só certa esquerda: é também certo Portugal.
Armando Gonçalves, Sampaio da Nóvoa é Portugal, no DN