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Pharmácia de Serviço

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Comparar o incomparável...


O Público continua a manifestar o seu proselitismo militante contra o governo (a propósito, até se podia perguntar, mas não se pergunta: quando é que o Belmiro "corta a colecta" à "folha"...???).
Aliás em matéria de "proselitismo militante" contra o governo, temos muitos e bons exemplos. Um é este agora referido; outro é o de Ana Lourenço na SIC Notícias. Mas adiante.

Desta feito o Público decidiu "investir" contra a construção de uma linha para mercadorias entre o  anunciado terminal de contentores da Trafaria e a linha do Sul, perto do Pragal, afirmando que ela irá ter um custo por quilómetro que quase triplica o da linha do TGV entre o Poceirão e Caia, que incluía uma via dupla electrificada e ainda, numa parte do seu percurso, uma terceira linha para mercadorias.

Contas feitas o dito ramal da Trafaria teria um custo de 160 milhões de euros. O chumbado projecto do TGV, do Governo Sócrates, custava 1359 milhões e decorria ao longo de 160 quilómetros com uma linha de alta velocidade, ao lado da qual coexistiria uma via única destinada ao tráfego de mercadorias integrada no eixo Sines-Badajoz.

Pode chamar-se a isto "uma argumentação de trêta" ou "deitar pó para os olhos" ou, um pouco mais coloridamente, "uma notícia dirigida".
Na verdade o Público compara o incomparável, utilizando para o efeito os termos que são favorável à sua argumentação (ou à sua pré-concebida posição).
Na verdade o Público usa o valor de construção por km de linha para dizer que a linha da Trafaria (ideia do governo PSD-CDS) é incomensuravelmente mais cara que a do TGV (ideia do governo sócrates-ps).

Mas o que estava em causa no TGV não era o preço de construção por Km mas sim o custo total da obra. E aqui não há comparação possível: a "linhita" da Trafaria apesar de ser muito cara por Km (o que é natural pois que corre no meio urbano) terá um custo total de 160 milhões de Euros; o "socrático" TGV (apesar de ou precisamente por ter muita velocidade e muitas linhas) custaria a "módica" quantia de 1359 milhões (isto no projecto, porque na prática as contas acabam sempre por ser muito, muito superiores...).
Ora a comparação tem que ser feita entre estes valores e, portanto, entre a sua magnitude – e não entre o custo de construção por km de linha.

O que estava em causa com a (não) construção do TGV é que o país ficou na bancarrota precisamente por causa da actuação do governo sócrates-ps e não tinha dinheiro para o efeito. Andávamos então, e andamos ainda, a viver de "esmolas" internacionais.
Por isso, a construção de uma linha de combóio de alta velocidade de que nem sequer havia a certeza de ser rentável - o mais provável é que não o fosse, como muitas das suas congéneres na vizinha Espanha - e que "desaguava" no "meio do nada", no Poceirão ("metrópole" que, a seguir a Nova York, é o local mais conhecido do mundo...) seria um completo suicídio financeiro a agravar a bancarrota em que estávamos e estamos enfiados.

Esta é a realidade. Comparar o custo do km de linha para pretender dizer que o governo gasta muito mais dinheiro na linha da Trafaria do que no TGV e que deveria ter prosseguido na loucura do TGV (certamente porque era uma obra socialista) não parece que seja muito esclarecido e fundamentalmente, não é seguramente muito esclarecedor.
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