Depois não se queixem...
Cortes nos depósitos em Chipre podem chegar aos 60%
Em Chipre há duas loucuras: uma, a da forma como os bancos se comportaram até agora e geriram os seus riscos; outra a forma como a UE está a lidar com os grandes depositantes dos bancos cipriotas.
Pode-se dizer que os bancos em Chipre eram verdadeiras "lavandarias" de dinheiro; que o dinheiro é de oligarcas russos que enriqueceram, vá-se lá saber como, depois da queda da URSS e que por isso não há questão em aguentar com estes cortes absurdos até porque não se podem queixar face às origens obscuras do dinheiro; que os bancos andaram a brincar com o risco, apostando em aplicações financeiras mais que duvidosas, como seja a dívida pública grega. Pode-se dizer tudo isso e mais um par de botas. Mas o que é certo, também, é que toda a gente sabia disto e olhou sempre para o lado.
Agora o que a Europa não vai conseguir evitar no futuro é que todos os "grandes depósitos" vão abandonando, paulatinamente, os bancos europeus em direcção a paragens mais agradáveis e menos usurpadoras.
Porque não parece que ninguém esteja disposto a ver confiscado mais de metade dos seus depósitos para resolver problemas sistémicos.