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Pharmácia de Serviço

Há remédio para tudo ... pharmaciadeservico_at_gmail.com

O verso e o anverso ...

A "última" da comunicação social escrita é a notícia de que há médicos que ganham 2.500 euros por fazerem 24 horas de urgências nos hospitais públicos.

Ora isto, dito assim, até parece uma ignomínia, na medida em que dá a ideia que um médico, que é funcionário público, ganha em 24 horas de trabalho tanto ou mais do que ganharia num mês e que esse montante lhe é pago pelo Estado, como se de um privilégio se tratasse. O que, a ser verdade, seria inadmissível.
Por outro lado, esta seria mais uma demonstração de que os médicos são uns privilgiados.

Mas as coisas, na verdade, não são assim.
O que acontece é que o Estado, não querendo pagar aos médicos horas extraordinárias nas urgências, ainda que a peços bastante inferiores, acaba por contratar empresas que colocam esses mesmos médicos nas urgências, mas por preços contratuais muito superiores. E são essas empresas que pagam esses montantes aos médicos.

Assim sendo o que está errado é a política do governo de não pagar directamente aos médicos as horas extrordinárias que façam, preferirndo antes pagá-las a empesas prestadoras de serviços, que as cobram por preços substancialmente superiores.

A partir daqui o que estas empresas paguem ou não aos médicos não é da conta de ninguém. Por isso parece "desproprositada" mais esta "campanha" mediática que visa claramente os médicos e se esquece que o erro é do governo, das suas políticas no sector da saúde e da sua obsessão de reduzir, de qualquer maniera e feitio, as despesas com pessoal, ainda que, por via dessa redução, as aumente desmedidamente em prestações de serviços.

O que a imprensa deveria dizer - por essa ser a verdade nuia e crua - é que o Estado celebra contratos de prestação de serviços por preços tais que permitem que esses prestadores de serviços possam contratar pessoas que recebem 2.500 euros por 24 horas de trabalho ...
Ou seja o Estado (leia-se o governo) esbanja dinheiros públicos para sustentar políticas irracionais, que mais não são do que "birras" do poder.

Este, que parece ser o anverso, é que é mesmo o verso da moeda ...
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