Ao balcão da Pharmácia
Em 2007, o culto descarado e militante da personalidade de Sócrates não deixa de ser inquietante. Tanto mais que, “nascido para o poder”, ele de facto concentrou poderes como nenhum outro predecessor. Acumula o cargo de primeiro-ministro com o de secretário-geral do PS e, dentro do PS, eliminou a comissão política permanente, dispersou a esquerda “sampaísta” e anulou a influência de Soares, com a candidatura à Presidência. No Estado, manda no Governo como quem manda num pelotão de infantaria, e, tirando António Costa, não pôs lá ninguém com a mais vaga influência no partido. Só faltava a mitificação do chefe. Cá a temos.
Vasco Pulido Valente,
hoje, no Público (edição papel)