Calotes e política agrícola
No debate parlamentar de ontem o primeiro ministro, depois de interpelado sobre o não pagamento de ajudas à agricultura - agro-ambientais e electricidade verde - e já em desespero, resolveu dizer, para justificar o seu (injustificado) não pagamento (por expresssa ordem do governo), que "o governo tem direito a ter a sua própria política agrícola comum".
É verdade. O governo tem direito a ter as "políticas" que quiser e bem lhe apetecer.
O que o governo não tem direito é a não cumprir compromissos assumidos pelo Estado. Que é sempre o mesmo, com governo e primeiro ministro PS ou com governo e primeiro ministro de qualquer outro partido.
Nota-se claramente que o primeiro ministro aborda estas (e muitosa outras questões) "à engenheiro". Quanto a isso nada há a fazer.
Porém é bom notar que se tudo passar a ser à vontade de cada qual, então nada obsta a que, por exemplo, cada contribuinte entenda que deve ter a sua própria política fiscal, e que por isso, a fuga ao fisco é um direito (quando não um dever) que lhe assiste, a exercer quando muito bem entender - designadmente quando ele vê que o próprio Estado não cumpre os seus compromissos e se assume declaradamente como "caloteiro", e isso é sustentado pelo responsável máximo do governo como se fosse uma virtude.
É verdade. O governo tem direito a ter as "políticas" que quiser e bem lhe apetecer.
O que o governo não tem direito é a não cumprir compromissos assumidos pelo Estado. Que é sempre o mesmo, com governo e primeiro ministro PS ou com governo e primeiro ministro de qualquer outro partido.
Nota-se claramente que o primeiro ministro aborda estas (e muitosa outras questões) "à engenheiro". Quanto a isso nada há a fazer.
Porém é bom notar que se tudo passar a ser à vontade de cada qual, então nada obsta a que, por exemplo, cada contribuinte entenda que deve ter a sua própria política fiscal, e que por isso, a fuga ao fisco é um direito (quando não um dever) que lhe assiste, a exercer quando muito bem entender - designadmente quando ele vê que o próprio Estado não cumpre os seus compromissos e se assume declaradamente como "caloteiro", e isso é sustentado pelo responsável máximo do governo como se fosse uma virtude.