A "anunciação"
Ontem, numa encanação quase "hollyhoodesca" que nos entrou casa fora à hora de jantar, mais um candidato apresentou a sua candidatura "pessoal" à Presidencia da República.
A "direita" rejubila porque está de volta a "boa moeda", que, julga ela, comprará todos os seus anseios. Talvez se engane.
A esquerda enerva-se, porque contra os seus discursos gongóricos candidata-se um homem que fala pouco e de forma seca, mas que, ainda assim é capaz de pôr, em directo na televisão, três outros candidatos de esquerda, mais o porta-voz da candidatura do octógenário candidato, a debitar comentários sobre a novel candidatura. Mau demais para ser visto.
Na verdade, assim, para Cavaco, vai ser uma estrada aberta.
Enquanto Cavaco se preparava para "se anunciar", o octógenário candidato passeava-se em Viseu, no dito "cavaquistão", como manobra de diversão, procurando também chamar a si as atenções e relativizando a "anunciação".
Mas a comunicação social, antes tão afável e disponivel com ele, anda agora um tantro ou quanto arredia. É o que dá já não ser ter (muito) poder. São uns ingratos.
Ainda assim deu para ver o seu mandatário em Viseu, ex-Presidente da Assembleia da República, enquanto deputado do PSD. Quanto a isso, nada de mais.
Agora verdadeiramente confrangedor foi ver os dois sentados num sofá.
Pareciam mesmo Statler & Waldorf, os dois velhos rezingões dos Marretas.