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Pharmácia de Serviço

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As explicações

As explicações do governo sobre os novos limites à acumulação da actividade docente com outras actividades (explicações, formação, consultoria editorial) são do mais básico possível.

Ouvindo a proposta, seríamos levados a pensar que o governo estaria preocupado com o ensino (ou a falta dele), com o seu (baixo ou inexistente) nível, com o que é (ou não é), hoje, a escola; enfim com mil e um problemas que vão hipotecando o saber e o conhecimento das próximas gerações (já sem falar na educação, como conjunto de normas de conduta social, de cujo ensino a escola se demitiu por completo e a maioria confunde com "liberdade").
E por isso iria melhorar e disciplinar a prestação dos professores, impor a disciplina entre os alunos, pôr ordem no pessoal administrativo e auxiliar, fazer com que os alunos repeitem os professores e funcionários e estes se façam respeitar, fazer com que os pais respeitem a escola e desempenhem também a sua parte na missão educativa, fazer com que quem não saiba não passe de ano, acabar com a necessidae de explicações por manifesta insuficiência pedagógica da escola e falta de bases devido ao sisytema de ensino - enfim "pôr ordem na escola".

Afinal não!
O que o governo apenas pretende é garantir mais oportunidades para licenciados no desemprego e estabelecer regras mais transparentes, designadamente com o aumento do leque de incompatibilidades.

Portanto os objectivos do governo nada têm a ver com as manifestas carências e deficiências do nosso sistema escolar.
O que o governo pretende apenas é garantir explicações e cursos de formação aos professores que ficarem sem colocação ou aos recém-licenciados.

Para estes, o trabalho são explicações e cursos de formação do IEFP e quejandos.

Deste modo ficam caladinhos e "desaparecem" das estatísticas do desemprego!

Quanto à insuficiência didática das escolas fica exactamente na mesma ou ainda pior!
Os alunos vão continuar a necessitar de explicações como de pão para a boca - não por serem intrinsecamente "maus alunos", mas porque ou lhes faltam as "bases" ou o ensino é feito de forma e em condições deficientes.

Explicações "regiamente" pagas por quem tem posses ou se sacrifica para isso.
Quem, ainda que com sacrifícios, não puder proporcionar aos seus filhos essas explicações, ve-los-à a ficar irremediavelmente "para trás".

Chama-se a isto "sistema democrático de ensino público"!

Já agora [a conversa é como as cerejas ...]: seria deveras interessante que este nosso governo - que tão boas ideias nos tem proporcionado no que toca a aumento de impostos para reduzir o défice (e já agora [lá está ... as cerejas ...] para financiar as "faraónicas pirâmides" Ota e TGV) - fizesse com que as despesas com explicações, tituladas pelos respectivos recibos em forma devida (esse verdadeiro "vazio existencial" ...), pudessem ser consideradas para efeitos de dedução (como despesas de educação) em sede de IRS.

Por três ordens de razões (... onde é que já ouvi/li isto?):
- porque as explicações fazem intrinsecamente parte do nosso sistema de ensino, como se pode verificar pelo que fica dito;
- porque assim tornaria o sistema um pouco mais democrático (atenuando o esforço tributário dos que têm menores rendimentos mas insistem em proporcionar o melhor aos seus filhos);
- porque assim seria aumentada a tributação em sede de IRS, categoria B, trabalho independente, atenuando o défice e criando maior justiça tributária.
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