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Pharmácia de Serviço

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Estimável

Governo chocado com défice de sete por cento
O défice real estimado pela Comissão Constâncio para 2005 atinge cerca de 7 por cento, adiantou fonte governamental à A Capital. A informação foi transmitida na passada semana ao primeiro-ministro, José Sócrates, que ficou chocado.


O senhor primeiro ministro ficou "chocado" com o "estimado" déficit!
O Governo também ficou "chocado"!

Ora, não há razão para isso!

Se o déficit foi "estimado" é, decerto, por que é "estimável".
Se é estimável, é porque merece muita "estima".

Por isso, o déficit, "estimável" como é, não deve ser razão para choque.
Dantes é que o deficit era tido por coisa medonha, infernal, uma verdadeira obsessão.
Mas, afinal, melhor conhecido e apreciado, o déficit torna-se "estimável".
Com toda a "estima" que o déficit nos deve merecer, tudo o que (não) acontecer na realidade já está prévia e totalmente desculpado!
Assim, qualquer "aperto orçamental" ou "aumento de impostos" deve ser desculpado: não esquecer que o déficit é "estimável".
Se o déficit "emagrecer" para 6,9% ou 6,8%, vamos ter uma "retumbante" "vitória" dietética (em face da persistência do déficit num "regime alimentar" rico em calorias!)
Porque a "estima" é um valor a preservar, devemos suportar, de forma agradável, as sanções da Comunidade Europeia!
E porque o "déficit" é "estimável" vamos continuar cada vez mais na mesma!
Só que agora descobrimos que há vida para além do déficit!
E nessa "nova" vida, descobrimos que o deficit, afinal, é "estimável"!
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